“A literatura e a representação do desastre»
A respeito de Auschwitz, Primo Levi refere-se a uma linguagem por inventar, ao despropósito das palavras. A questão da representação do grande desastre humano não aflige só a literatura - que o digam Lanzmann, Picasso, Resnais… -, mas como se escreve o inexprimível?
Nota biográfica
João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Frequentou Belas-Artes e licenciou-se em Arquitetura, tendo passado algumas temporadas nos EUA, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque. Viveu a maior parte da sua vida em Lisboa.
Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa em Auschwitz (Oswiécim), trabalhando de perto com diversos investigadores do Holocausto e tendo realizado várias intervenções públicas sobre a matéria. Nesse mesmo período, concebeu e implementou o projecto Auschwitz in 1st Person / A Letter to Meir Berkovich, que juntou jovens portugueses e polacos e o levou de novo à Polónia, às ruas de Oswiécim e aos campos de concentração e de extermínio. É nesse ambiente que decorre o seu primeiro romance, Perguntem a Sarah Gross, finalista do Prémio LeYa em 2014, nomeado para Melhor Livro de Ficção Narrativa em 2015 pela Sociedade Portuguesa de Autores e escolhido para representar Portugal, em 2016, no Festival do Primeiro Romance de Chambéry. O seu romance seguinte, Os Loucos da Rua Mazur, foi o vencedor do prémio LeYa 2017, finalista do prémio Fernando Namora e semifinalista do prémio Oceanos.